Enquanto atividade coletiva a política pressupõe exigências éticas em seu desenvolvimento, embora haja confrontos de grupos antagônicos, o que potencializa o choque entre os conflitos ético-morais da formação dos indivíduos e leva claramente a um desvirtuamento do poder.
Constata-se que as alianças políticas não são construídas somente visando o bem comum à coletividade, pelo contrário, também levam em conta os interesse de particulares e a busca de satisfação deste ou daquele grupo político que deseja se manter com privilégios na esfera pública e camuflar suas reais intenções. É o que vemos atualmente, por parte de líderes políticos que assistem no Congresso Nacional, em Brasília.
O que se observa no Brasil é uma degeneração político-moral e dentre muitos deslizes, destacam-se: os desmandos e prevaricações, improbidades administrativas, falcatruas, atos abusivos do poder, os quais representam as doenças do sistema político.
Vale ressaltar que sendo a política divulgada pelos meios de comunicação, acentuando-se os pontos precários; acaba sendo avaliada negativamente pelo comportamento de alguns; contudo, essa generalização é perigosa e desencadeia uma insatisfação com a própria classe política, surgindo uma forte tendência ao voto nulo.
Há uma necessidade de se mobilizar a sociedade brasileira para o extraordinário esforço de superar as dificuldades desse cenário político, reduzindo a fragilidade gerada pelo momento, transformando a situação do Brasil, para que o povo brasileiro se torne sujeito e não apenas objeto de sua própria História.
Enquanto isso, o projeto de governo (o que fazer) tem que ser contraposto com a governabilidade sobre o sistema (a dificuldade para fazer) e a competência de governo (a capacidade para fazer).
Devido a isso, costuma-se afirmar que a ética e a participação são as soluções para a crise política que se constitui em uma pré-condição de encaminhamento técnico das medidas de superação das crises econômicas das reformas institucionais.
O Brasil precisa de uma Gestão Pública Democrática que transcenda as intencionalidades, desse modo, a Ordem e o Progresso não serão temporâneos.
*Neemias dos Santos Almeida é Professor e Pedagogo. Colunista, Articulista, Membro da ONG Atuação Voluntária, Escritor, Voluntário junto ao órgão internacional PNUD/Brasil, e ávido leitor que vive a internet e suas excentricidades desde 2001.